segunda-feira, 27 de junho de 2011

Insulinoterapia

Bom, agora que falamos sobre os tipos de insulina e seu armazenamento, vamos falar sobre a aplicação adequada...


Preparação:
  1. Lavar as mãos com água e sabão;
  2. Retirar o lacre de alumínio do frasco e limpar a tampa de borracha com um chumaço de algoão embebido em álcool (realizar a limpeza da tampa de borracha antes de cada aplicação);
  3. Rolar o frasco entre as mãos, cuidadosamente para homogenizar a solução;
  4. Retirar o protetor de plástico da agulha acoplada a seringa (caso sejam separadas, retirar o protetor plástico da agulha, acoplar a seringa e depois retirar o protetor da agulha);
  5. Puxar o êmbolo da seringa até atingir a quantidade de unidades prescrita;
  6. Injetar o ar da seringa no frasco de insulina;
  7. Virar o frasco para baixo com a seringa já inserida e aspirar a quantidade prescrita;
  8. Retirar as bolhas de ar que podem ficar dentro da seringa
Aplicação:


  1. Se a insulina estiver armazenada na geladeira, aguardar alguns minutos para a aplicação, para aumentar a temperatura da insulina e diminuir a dor na aplicação;
  2. Escolher o local de aplicação, distante pelo menos 2 centímetros do último local de aplicação;
  3. Limpar o local com algodão com álcool e esperar secar;
  4. Fazer uma prega cutânea, com o dedo polegar e indicador, definindo a área de aplicação;
  5. Pegar a seringa como se fosse um lápis e introduzir na pele no ângulo de 90°, no caso de pessoas muito magras, a injeção deve ser aplicada no ângulo de 45°, para evitar atingir o músculo;
  6. Empurrar o êmbolo até o final e retirar a agulha da pele lentamente;
  7. Realizar uma leve pressão no local com algodão com álcool.
Locais de aplicação:



É importante lembrar que a aplicação deve ser sempre 2 dedos longe do umbigo e 4 dedos longe da virilha e do joelho, pois são locais com muitos vasos sanguíneos.


Não é necessário puxar o êmbolo da seringa quando a mesma estivar inserida no tecido subcutâneo para verificar se há presença de sangue, porém se após a introdução da seringa no corpo apareça sangue na seringa, tanto a seringa quanto a agulha devem ser descartadas com a insulina e o processo deve ser iniciado desde o começo.


Os fabricantes de seringas e agulhas não recomendam a reutilização destes materiais, porém o Ministério da Saúde autoriza o uso do mesmo conjunto de seringa e agulha até 8 vezes, desde que utilizados pelo mesmo paciente e desde que a agulha não esteja danificada e o local de aplicação não tenha feridas ou sinais de infecção. Se você for utilizar mais de uma vez o conjunto, o mesmo pode ser armazenado na geladeira ou em temperatura ambiente, sempre tampado pelo protetor da agulha. Não podemos limpar a agulha com álcool porque o silicone que encobre a agulha pode ser retirado, tornando a aplicação mais dolorosa. nenhuma limpeza deve ser realizada na agulha.


Quando a aplicação de duas insulinas for realizada no mesmo momento, a de ação rápida ou ultrarápida deve ser aspirada antes e antes de aprirar as insulinas, as unidades respectivas de ar devem ser injetadas nos frascos para evitar vácuo.


As insulinas de ação utrarápida podem ser misturadas com NPH, Lenta e Ultralenta. A mistura em uma única seringa de insulina Lenta com Rápida ou NPH não é recomendada. A insulina Glargina não deve ser misturada com outros tipos de insulina pelo baixo ph do seu diluente.

O rodízio dos locais de aplicação é fundamental para garantir a absorção adequada da insulina e evitar alterações de pele como a lipodistrofia.

Tipos de insulinas

O tratamento com insulinas pode ser realizado por portadores de Diabetes Mellitus tipo 1, tipo 2 e gestacional.

O uso da insulina é necessário aos pacientes que produzem menos insulina do que o organismo necessita, a insulina age como um "funil" para o "açúcar" entrar nas células.

Existem diversos tipos e marcas de insulinas, que na maioria dos casos, são utilizadas juntas. No Brasil todas as insulinas disponíveis hoje são injetáveis e devem ser aplicadas no tecido subcutâneo:



Tipos de ação da insulina e seu nome genérico:

  • Ação ultrarápida: Lispro, Aspart e Glulisina - Devem ser usadas antes das refeições e na correção de hiperglicemias (níveis altos de glicemia). Início de ação: de 10 a 15 minutos.
  • Rápida: Regular - Deve ser usada de 30 a 60 minutos antes das refeições e na correção das hiperglicemias. Início de ação: de 30 a 60 minutos.
  • Intermediária: NPH - Deve ser usada para manter os níveis glicêmicos, é absorvida lentamente, tem um pico de ação entre a 6 e a 10 hora depois da aplicação. Dura de 14 a 18 horas.
  • Lenta: Glargina e Detemir - Também deve ser usada para manter os níveis glicêmicos, é absorvida lentamente e não tem pico de ação. Dura de 18 a 24 horas.
  • Pré misturadas: São formadas a partir da mistura da insulina intermediária (NPH) com uma insulina rápida ou ultrarápida (Regular, Lispro ou Aspart).
As insulinas devem ser armazenadas na geladeira, de 2 a 8° C antes dos frascos serem abertos. Os frascos em uso podem ser armazenados até 25° C, ao abrigo de luz solar e podem der utilizados em até 28 dias ou em até 6 semanas, dependendo do fabricante. É sempre importante ler a bula e identificar a orientação de armazenagem para cada tipo de insulina.


Medicamentos Orais para Diabetes

Boa noite pessoal!

Hoje vou falar um pouco sobre os medicamentos orais para o tratamento do Diabetes Mellitus, estes medicamentos podem ser usados apenas no tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2.


Classe das medicações:

  • Biguanidas - Nome genérico: Metformina, Fenformina - Aumentam a sensibilidade das células à insulina e redução da produção hepática de glicose.
  • Sulfonilréias - Nome genérico: Glimepirida, Glipizida, Gliburida - Estimulam a produção de insulina pelas células beta das Ilhotas de Langerhans, localizadas no pâncreas.
  • Inibidores da alfa-glicosidase - Nome genérico: Acarbose, Miglitol (no Brasil, apenas a Acarbose está disponível) - Redução na digestão e absorção de carboidratos no intestino delgado.
  • Tiazolidinedionas - Nome genérico: Pioglitazona, Rosiglitazona - Aumentam a ação da insulina, sem alterar a produção da mesma e diminuem a produção hepática de glicose.
  • Meglitinidas - Nateglinida, Repaglinida - Aumentam a secreção de insulina, agindo nos canais de potássio (K+ATP) das células beta.
  • Inibidores de Dipeptidil Peptidase 4 (DPP 4) - Nome genérico: Sitagliptina - Aumentam a produção do hormônio GLP-1 e GIP, que aumentam a produção e secreção de insulina e reduzem a secreção de glucagon (hormônio que aumenta a glicemia) realizada pelo pâncreas.

A maioria destes medicamentos podem ser usados concomitantemente para auxiliar no controle glicêmico, sempre da forma orientada pelo endocrinologista, respeitando as doses e horários de administração.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Diabetes Gestacional

Ainda falta um tipo de Diabetes: o Gestacional!

O Diabetes Gestacional acontece quando há o aumento anormal da produção do hormônio lactogênio placentário, este hormônio faz com que a gestante consuma menos glicose. A função deste aumento é proporcionar maior quantidade de energia para o bebê, quando produzido além do necessário faz com que a glicemia fique aumentada.

Os fatores de risco para o Diabetes Gestacional são: idade superior a 25 anos, hereditariedade, hipertensão arterial sistêmica, baixa estatura, grande quantidade de gordura localizada na  região abdominal, ganho de peso maior do que o necessário na gravidez e muitos outros.

Os sintomas dos 3 tipos de Diabetes são os mesmos, porém como a mulher grávida apresenta diversos sintomas relacionados a gravidez, sente maior dificuldade em identificar os sintomas do Diabetes, porém no pré-natal são realizados exames para identificação desta alteração.

A partir do momento em que a mulher é diagnosticada com Diabetes Gestacional, ela apresenta uma gestação de risco e deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar.

Depois do nascimento do bebê, ele deve ser monitorado porque quando ele está dentro du útero da mãe, apresenta o mesmo valor glicêmico dela e quando nasce pode sofrer hipoglicemias (diminuição do açúcar no sangue) até o organismo se adaptar.

A mulher que apresentou Diabetes Gestacional tem chances de desenvolver DM2 após o parto ou ao longo dos anos, por isso deve realizar um acompanhamento médico adequado.

Diabetes Mellitus tipo 2

Hora de falar um pouco sobre o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2).

Este tipo de diabetes é caracterizado pela baixa produção de insulina do organismo ou pela resistência desta insulina perante as células, ou seja, quando as células tem dificuldade para identificar a insulina.

Os fatores de risco para o aparecimento da doença são: idade acime de 45 anos, hereditariedade, obesidade, hipertensão arterial sistêmica, sedentarismo e valores alterados no colesterol e triglicerídeos. Quem possui algumas destas características tem mais chances de desenvolver a doença, porém não significa que irá desenvolvê-la.

Os sintomas do DM2 são iguais aos do DM1, o que diferencia bruscamente é o tratamento, que vamos falar daqui a pouco...

Diabetes Mellitus tipo 1

Olá!

Hoje vou falar um pouco sobre o Diabetes Mellitus Tipo 1(DM1) ou Diabetes Juvenil.

Este tipo de diabetes ocorre quando há a destruição das Ilhotas de Langerhans, conjunto de células localizado no pâncreas. As Ilhotas de Langerhans possuem quatro tipos de células: Alfa, Beta, Delta e PP, cada uma delas produz um tipo de substância:

- Alfa: Glucagon (aumenta a glicemia)
- Beta: Insulina e Amilina (diminui e estabiliza a glicemia)
- Delta: Somatostatina (inibe a secreção de Insulina e Amilina)
- PP: Polipeptídeo Pancreático (função indefinida, atua no estômago, controlando as secreções gástricas)

Os diabéticos tipo 1 não produzem nenhum destes hormônios.

A causa do DM1 não é conhecida em todos os casos, os fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: hereditariedade, depressão ou estresse e o contato com determinados vírus ou bactérias.

Na maioria dos casos, o DM1 é identificado em pessoas com idade abaixo de 35 anos.

Os sintomas mais comuns são:

- Polifagia (muita fome)
- Polidipsia (muita sede)
- Poliúria (muita produção de urina)
- Fadiga e dor no corpo, principalmente nas pernas
- Visão embaçada
- Emagrecimento

Porque estes sintomas aparecem?

A insulina é um hormônio que faz com que a glicose (açúcar) entre nas células, como se fosse um "funil". Sem a produção de insulina, a glicose fica na corrente sanguínea porém o organismo fica sem energia porque não consegue utilizar a glicose, a falta de energia faz com que a gordura seja utilizada por isso o paciente pode perder peso.
A fome excessiva aparece pelo mesmo motivo, o organismo entende que não tem energia para gastar, então aumenta a necessidade de alimentos.
A falta de energia causa casaço, fadiga e dores no corpo porque o organismo está tentando economizá-la.
Nosso corpo, quando percebe que a glicemia está alterada, quer diminuir esta taxa, com a ingestão de água, esta glicemia é diluída.
Se bebemos mais água, urinamos mais.
A visão embaçada acontece porque a glicemia faz com que os pequenos vasos sanguíneos sequem.

Sabem aqueles vasinhos nas pernas, que tanto incomodam as mulheres? Muitas vezes são tratados com aplicações de soro glicosado, isto é soro com glicose, pois a glicose seca os pequenos vasos do corpo, por isto todos os diabéticos devem tomar cuidado e fazer exames para identificar se as funções principalmente dos rins, pés e olhos estão adequadas, já que são os locais com os menores vasinhos do corpo.

Por enquanto é isso!

Beijos!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Primeira postagem!

Olá!

Esta é a primeira postagem deste blog!

Decidi criar este blog com o objetivo de trocar informações sobre o Diabetes Mellitus. Não, eu não sou diabética! Sou enfermeira e sempre tive muito interesse em doenças crônicas, por um simples motivo: Um paciente que conhece seu organismo e faz um tratamento adequado pode mudar a sua vida!

O Diabetes Mellitus entrou na minha vida logo na infância, afinal, quem não tem ou já teve um familiar diabético?! O meu avô era diabético tipo 2 e por falta de adesão ao tratamento sofreu complicações da doença. Mais tarde, quando eu já estava na faculdade (de enfermagem) fui chamada para um processo seletivo em uma empresa de gerenciamento de saúde, meu trabalho era orientar pacientes tipo 2 a realizar auto aplicações de uma medicação. Pouco tempo depois, me apaixonei por um diabético tipo 1, meu namorado!

Bom, depois de tudo isso meu interesse pelo Diabetes cresceu cada dia mais e cresce progressivamente!

Espero que com este blog eu consiga trocar muitas informações sobre o DM!

E espero que gostem!

Um beijo...